O inverno teve início oficialmente no dia 21 de junho e, com a chegada do frio, muitas doenças respiratórias comuns nesta época do ano tornam-se mais propensas a se manifestar.
Isso ocorre porque as mudanças repentinas de temperatura que acontecem ao longo do dia e a baixa umidade relativa do ar causam estresse no organismo, fragilizando a nossa resistência e possibilitando o contágio e a proliferação de vírus e bactérias que ficam expostos no ar e que atacam, principalmente, o sistema respiratório. Além disso, a mudança no comportamento das pessoas, que passam a ficar mais tempo confinadas em espaços fechados, também colabora para a transmissão dessas doenças.
Conheça algumas das doenças respiratórias mais comuns no inverno
- Gripe e resfriado:
Embora gripes e resfriados tenham sintomas semelhantes, é importante compreender as diferenças entre eles. O resfriado é mais leve, durando de três a cinco dias e é causado, na maioria das vezes, por rinovírus. Seus primeiros sinais costumam ser coceira no nariz ou irritação na garganta, os quais são seguidos após algumas horas por espirros e secreções nasais. A congestão nasal também é comum nos resfriados, porém, ao contrário da gripe, a maioria dos adultos e crianças não apresenta febre ou apenas febre baixa.
Já a gripe é causada pelo vírus influenza. Seus sintomas geralmente aparecem de forma repentina, com febre, vermelhidão no rosto, dores no corpo e cansaço. Entre o segundo e o quarto dias os sintomas do corpo tendem a diminuir enquanto os sintomas respiratórios aumentam, aparecendo com freqüência uma tosse seca. Assim como no resfriado, na gripe a presença de secreções nasais e espirros é comum.
- Rinite
A rinite é uma doença inflamatória da mucosa nasal, caracterizada por dois ou mais dos sintomas: coriza, espirros, obstrução nasal e/ou prurido nasal. Ela pode ser infecciosa (decorrente de infecção por vírus, bactéria ou fungo); alérgica (enfermidade crônica provocada pela exposição a um alérgeno ao qual a pessoa é hipersensibilizada, como ácaro, pelo de animais, pólen) ou não alérgica (por exposição a agentes irritantes, como cigarro, refluxo gastroesofágico, alterações hormonais e fatores idiopáticos).
- Sinusite
A sinusite é caracterizada por um quadro inflamatório das mucosas dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos. Ela pode ser dividida entre aguda (aparece de repente e tem curta duração) e crônica (se prolonga por mais de 3 meses). Seus principais sintomas são: obstrução nasal; secreção nasal ou faríngea espessa, amarelada ou esverdeada; tosse; dor de cabeça constante; pressão ou dor facial; febre e irritação na garganta.
Dentre suas causas estão os agentes infecciosos, como vírus, bactérias e fungos; poluição ambiental; fatores alérgicos, como poeira, choques térmicos e alterações anatômicas no nariz. Doenças como rinite alérgica, gripes e resfriados também podem ocasionar a sinusite, uma vez que impedem a comunicação natural entre os seios da face e o nariz.
- Bronquiolite
A bronquiolite é uma infecção que atinge a parte mais delicada do pulmão dos bebês: os bronquíolos. Normalmente é causada por vírus respiratórios. Os sintomas costumam começar como um resfriado, com coriza, tosse, febre e recusa de mamadas. Em um ou dois dias, o quadro evolui para tosse mais intensa, respiração rápida e sibilância (chiado no peito). Por vezes, podem haver sinais mais graves, como sonolência, arroxeamento dos lábios e extremidades e pausas respiratórias.
- Bronquite
A bronquite é uma inflamação dos brônquios (canais que levam o ar até os pulmões), que se instala quando os cílios que revestem seu interior param de eliminar o muco presente na via respiratória. Esse acúmulo de secreção impede a passagem do ar e provoca, principalmente, tosse. Dentre seus sintomas, estão: tosse com muco; chiado no peito, cansaço e dificuldade para respirar e febre (menos frequente). Geralmente, é desencadeada por vírus, por resultado de uma infecção bacteriana ou em razão de fatores como cigarro, poeira, ácaro e poluição.
- Asma
A asma é um processo inflamatório das vias aéreas que acomete os brônquios, fazendo com que eles sofram um estreitamento, dificultando, assim, a passagem de ar. Apesar de ser possível que a doença apareça em qualquer idade, seu surgimento é mais comum na infância. Normalmente, suas crises são desencadeadas por alergias (inclusive alimentares), infecções virais, mudanças de tempo, fumaças, exposição ao cigarro, poluição, esforço físico, cheiros fortes, aspectos emocionais, dentre outros. E fatores genéticos contribuem para uma pré-disposição da doença.
Dentre os principais sintomas, estão: dificuldade para respirar; tosse seca e frequente; sibilos e chiado no peito; respiração curta; congestão no peito; cansaço; dor no peito, principalmente nos menores.
Dicas úteis para fugir das doenças respiratórias nesse inverno
Para todos os casos, a melhor medida para evitar essas doenças nesta época do ano, é a prevenção. Portanto:
- Lembre-se sempre de higienizar as mãos com água e sabão, ou com álcool gel, principalmente depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro; antes de comer; antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz;
- Mantenha a higiene respiratória e o uso de máscaras;
- Mantenha o organismo hidratado;
- Evite fumar ou se expor a ambientes com muita poeira ou fumaça;
- Mantenha o ambiente sempre limpo e arejado.
- Evite o contato com pessoas que apresentem sintomas gripais;
- Mantenha a respiração sempre pelo nariz e não pela boca, pois as narinas têm a função de filtrar o ar e aquecê-lo;
- Lençóis, edredons e roupas devem ser expostos ao sol e lavados sempre que necessário (As pessoas que já possuem problemas respiratórios como bronquite, asma e sinusite devem evitar o contato com bichos de pelúcia, tapetes e produtos que possuem pêlos);
- Mantenha a alimentação sempre balanceada, com alimentos ricos em vitaminas e minerais. As frutas são essenciais neste momento, principalmente aquelas que contêm vitamina C, pois ajudam a prevenir gripes e resfriados.
Covid-19 e a chegada do inverno
A Covid-19 ainda é uma doença relativamente nova e, por conta disso, há poucos estudos conclusivos sobre o seu comportamento. Ao menos por enquanto, supor que o clima frio é mais propício para sua propagação é algo precipitado.
No entanto, assim como na gripe, a aglomeração é um fator bastante impactante para o aumento da transmissão. Por esse motivo, os cuidados e medidas preventivas devem ser reforçados. Sendo assim, continue mantendo o uso de máscaras, mesmo para os que já estão vacinados, a higiene respiratória e o distanciamento físico e social, quando possível. Também é importante evitar aglomerações, principalmente em locais fechados e sem ventilação.
