A obesidade já é considerada um problema epidêmico, pois registra um grande índice de casos ao redor do mundo. Segundo um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,9 bilhão de pessoas adultas estão acima do peso em todo mundo e 650 milhões delas apresentam diagnóstico de obesidade.
No Brasil, os últimos dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), apontam que 96 milhões de indivíduos (ou seja, 60,3% da população brasileira) apresentam excesso de peso. Dentre eles, 41 milhões são considerados obesos.
Observa-se que ao longo de 17 anos a prevalência de obesidade mais que dobrou entre a população adulta brasileira, passando de 9,6% para 22,8% entre os homens e de 14,5% para 30,2% entre as mulheres.
Os dados acendem um alerta sobre a importância da ampliação de políticas públicas voltadas para prevenção e combate à obesidade, uma vez que com os cuidados adequados, o quadro poderia ser revertido, evitando, portanto, a evolução da doença e possíveis complicações associadas à ela.
Mas afinal, o que é obesidade?
De acordo com a OMS, a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal depositada em diferentes partes do corpo. Ela é classificada como uma patologia crônico-degenerativa e inflamatória, que pode ocorrer em decorrência de má alimentação, fatores metabólicos, hormonais, genéticos e psicológicos, além do sedentarismo.
De maneira individual ou em conjunto, esses fatores influenciam o funcionamento do balanço energético do organismo humano, que nada mais é do que a quantidade de calorias que você consome em relação à energia que o corpo gasta no decorrer do dia. Ou seja, quando a pessoa gasta menos do que ingere, apresenta um balanço energético desequilibrado, o que significa que as calorias excedentes ficarão armazenadas em forma de gordura corporal — situação que, em longo prazo, gera a obesidade.
Consequências da obesidade
A obesidade tem preocupado bastante a comunidade médica, tendo em vista que sua evolução pode levar à coexistência de vários fatores de risco para a saúde do indivíduo, bem como favorecer o desenvolvimento de uma série de algumas doenças crônicas, dentre elas: diabetes, dislipidemias, síndrome metabólica, aterosclerose, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, esteatose hepática não alcoólica, distúrbios do sono, transtornos do humor, além da propensão a desenvolver a forma grave da Covid-19.
Como saber se uma pessoa está obesa?
A melhor forma de saber se uma pessoa está acima do peso ou obeso é por meio do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC). Esse é o parâmetro oficialmente utilizado pela OMS para checar qual é o peso ideal que uma pessoa deve ter.
Para fazer esse cálculo, basta dividir o seu peso pela sua altura elevada ao quadrado ou usar a calculadora de IMC. A classificação da obesidade é a seguinte:
- IMC menor que 17: abaixo do peso;
- IMC de 17 a 18,4: abaixo do peso;
- IMC de 18,5 a 24,9: normal;
- IMC de 25 a 29,9: acima do peso;
- IMC de 30 a 34,9: obesidade I;
- IMC de 35 a 39,9:obesidade II (severa);
- IMC superior a 40: obesidade III (mórbida).
Como prevenir a obesidade?
De acordo com o Ministério da Saúde, a orientação alimentar e a prática de atividade físicas regular são ferramentas de grande utilidade tanto para promoção de hábitos alimentares saudáveis, quanto para a prevenção e o controle do excesso de peso.
As orientações devem ser pautadas na incorporação de uma alimentação saudável e culturalmente aceitável, no resgate e reforço das práticas desejáveis para a manutenção da saúde, em escolhas alimentares com os recursos econômicos disponíveis e alimentos produzidos localmente, levando em conta também a variação sazonal dos mesmos.
Ao prevenir o ganho de peso, uma pessoa evita riscos maiores de muitas doenças crônicas e até mesmo alguma formas de câncer.
Portanto, se o seu IMC está acima de 25, não deixe de procurar assistência médica ou a Unidade de Saúde mais próxima. Pois a prevenção é sempre o melhor remédio.