Metaverso é o termo usado para designar a rede de ambientes virtuais ativos, em que as pessoas podem interagir umas com as outras, ou com objetos digitais, enquanto operam representações virtuais de si mesmas, os avatares. Ou seja, as pessoas poderão fazer no universo virtual aquilo que já fazem em seu dia a dia de corpo presente.
Três variáveis estão abrindo espaço para as aplicações do metaverso na vida real e principalmente na saúde. Primeiro, a chegada da tecnologia 5G, com conexões e velocidade de Internet mais rápidas. Segundo, os novos hábitos de uma sociedade que precisou viver meses em clausura com a Covid-19, obrigada a trabalhar em home office e estudar a distância. Terceiro, a explosão dos recursos de gamificação, que saíram dos milhões e foram parar em bilhões de usuários na última década.
E num momento em que o autocuidado passa a ser de fundamental importância civilizatória, os recursos da realidade médica estendida (outro nome para o metaverso) são e serão cada vez mais essenciais para a realização de procedimentos cirúrgicos, diagnósticos preditivos, reabilitação e fisioterapia, treinamento de profissionais, personalização da medicina e inovações em inúmeros campos clínicos.
Em termos de funcionalidades, as ferramentas do metaverso podem se conectar remotamente a especialistas, sobrepor em holografia dados personalizados do paciente, consultar imagens 3D em videotecas, combinar casos clínicos com alta resolução ou tornar procedimentos invasivos muito mais programáveis. No Brasil, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) já está usando aplicações de realidade estendida para planejamento pré, intra e pós-operatório.
Como certa vez explicou Eric Schmidt, o ex-CEO do Google: “A Internet é a primeira coisa que a humanidade construiu e que ela não entende; é o maior experimento de anarquia que já tivemos, com todos os dias improvisando novos avanços”.