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Os riscos da hipertensão arterial

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Sumário

Uma das doenças mais silenciosas e que acomete a maioria da população mundial é a hipertensão arterial. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente, ela atinge cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo e merece muito cuidado, por ser o principal fator de risco para outras enfermidades, como por exemplo as cardiovasculares, demências, os acidentes vasculares e a insuficiência renal.

No Brasil, aproximadamente, 31% dos brasileiros são hipertensos, conforme dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), mas nem metade sabe disso. Segundo o clínico emergencista e coordenador do Pronto Socorro do Hospital Municipal de Contagem, André Luiz Otoni, “a maioria dos pacientes com hipertensão são assintomáticos”, por esse motivo, nem desconfiam que têm a doença. “É muito comum descobrirem que a pressão está elevada apenas quando precisam fazer determinados exames, como renovação de carteira de motorista ou exames periódicos de empresa”, afirma o médico André Luiz Otoni.

A hipertensão, que é popularmente conhecida como “pressão alta”, é caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Geralmente, isto acontece quando o sangue, que é bombeado pelo coração, encontra certa resistência ao passar pelos vasos sanguíneos, causando, então, o aumento da pressão interna.

Pelas diretrizes da OMS, uma pessoa é considerada hipertensa quando sua pressão sistólica (contração do coração) é maior que 140 milímetros de mercúrio (mmHg) e/ou a diastólica (relaxamento entre um batimento cardíaco e outro) igual ou maior que 90 mmHg. Porém, André Luiz Otoni explica que há variáveis. “A definição de hipertensão hoje, de acordo com o colégio americano, é dado por duas medidas ou mais maior que a pressão de 140/90 ou 14/9, no termo leigo. Então, se isso acontece uma vez, por exemplo, pode ser que a pessoa esteja apenas tensa. Mas a partir de duas ou três medidas consecutivas, já é considerada hipertensão arterial sistêmica”, ressalta.

 

Tipos de hipertensão e fatores de risco

 

O principal tipo de pressão alta é o primário e, na maioria das vezes, ela é de origem genética. Mas também há vários fatores externos que exercem influência, como por exemplo o consumo excessivo de sal, tabagismo, obesidade, sedentarismo e diabetes. Além destes, ainda há indícios que a incidência de pressão alta é maior na população negra, devido à maior resistência dos vasos sanguíneos.

Outro tipo de hipertensão é o secundário, responsável por 3 a 5% dos diagnósticos. Nesta situação, a elevação da pressão se dá em decorrência de alguma enfermidade, como hipertireoidismo, hipotireoidismo, apneia do sono, tumor na glândula suprarenal e obstrução na artéria renal.

 

Tratamento

 

A hipertensão não tem cura, mas segundo o clínico emergencista André Luiz Otoni, ela pode ser controlada e tratada, basta o paciente ter a consciência de manter hábitos de vida saudável e tomar a medicação de forma adequada.

“Inicialmente, há duas linhagens de tratamento: a primeira seria uma mudança de hábitos de vida associado à prática regular de atividade física (em média 3 a 5 vezes por semana); diminuição da ingestão de sódio (menor que 2g/dia)e da ingestão de gordura, para diminuir os níveis de colesterol na corrente sanguínea. Associado a essas mudanças, existe a principal linha de tratamento, que é medicamentosa. A partir do momento que ele segue essas recomendações e usa os medicamentos da forma correta, essa pressão se mantém controlada sem aumento dos índices cardiovasculares e as repercussões que o paciente poderia ter, caso ela estivesse descontrolada”, afirma o médico.

 

Hipertensão como fator de risco para a COVID-19

 

Durante a pandemia, os hipertensos merecem uma atenção especial, uma vez que a hipertensão arterial é considerada um fator de risco para o coronavírus se não controlada. Por esse motivo, é fundamental que eles mantenham tanto as medidas para evitar o contágio pelo vírus, como os cuidados habituais para o controle da pressão arterial.

O médico André Luiz Otoni destaca que “a partir do momento que o paciente não tem o controle adequado, ele pode ter algumas repercussões relacionadas em alguns órgãos alvo, como o aumento do índice cardiovascular; o aumento da aterosclerose, que seria o aumento de gordura nas artérias do coração, que pode elevar a pressão; insuficiência cardíaca em decorrência do aumento da pressão no coração; insuficiência renal, que seria a nefroesclerose, em decorrência do aumento da pressão nos rins. Por isso, é muito importante que os hipertensos mantenham o tratamento adequado para se prevenir e evitar esse tipo de repercussão”, destaca.

 

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