Ficar cansado após uma semana intensa de trabalho não costuma ser preocupante. No entanto, é importante ficar atento aos sinais que o corpo dá, uma vez que a exaustão e o estresse em excesso podem acarretar na Síndrome de Burnout.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome é caracterizada como um fenômeno ocupacional, ou seja, resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso, principalmente decorrentes de alguma atividade não satisfatória, desgastante ou que demande grandes níveis de responsabilidade.
Conforme levantamento do Ministério da Saúde, ela costuma ser mais comum entre profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros. Além de acontecer também em situações em que o profissional possa achar, por algum motivo, não ter capacidade suficiente para o cumprir sua tarefa.
Como a síndrome não exige notificação compulsória, o Ministério da Saúde não consegue contabilizar com precisão o número de brasileiros que são afetados por ela. Conforme dados da Secretaria de Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de benefícios de auxílio-doença devido à síndrome de burnout chegou a 114,80%. E o número de benefícios pulou de 196 para 421.
Em uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR) calcula que 32% dos trabalhadores no país padecem dela — seriam mais de 33 milhões de cidadãos. Em um ranking de oito países, os brasileiros ganham de chineses e americanos, só ficando atrás dos japoneses, com 70% da população atingida.
Principais sintomas da Síndrome de Burnout
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas podem ser físicos ou psicológicos. Dentro os principais, se destacam:
- Cansaço excessivo, físico e mental
- Dor de cabeça frequente
- Alterações no apetite
- Insônia
- Dificuldades de concentração
- Sentimentos de fracasso e insegurança
- Negatividade constante
- Sentimentos de derrota e desesperança
- Sentimentos de incompetência
- Alterações repentinas de humor
- Isolamento
- Fadiga
- Pressão alta
- Dores musculares
- Problemas gastrointestinais
- Alteração nos batimentos cardíacos
O Ministério da Saúde orienta ainda que, geralmente, “esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias. Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser algo passageiro. Por esse motivo, é fundamental buscar apoio profissional, inclusive para evitar problemas mais sérios e complicações da doença”.
Tratamento
O tratamento da Síndrome de Burnout é feito basicamente com psicoterapia, mas também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos).
Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, nos hábitos e estilos de vida, atividade física regular e exercícios de relaxamento também podem auxiliar e devem ser incluídos na rotina do profissional para aliviar o estresse e ajudar a controlar os sintomas da doença.