O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, declarou no dia 23 de julho que o atual surto de varíola dos macacos constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Este é o nível mais alto de alerta da OMS e é reservado para questões que exigem uma resposta internacional coordenada.
A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox e é considerada uma zoonoze viral, ou seja, o vírus é transmitido de um animal (roedores silvestres) para os humanos. Esses roedores silvestres foram identificados apenas na África, portanto, a transmissão pelo mundo já ocorre de pessoa para pessoa.
A infecção surge a partir das feridas, fluidos corporais e gotículas do doente. Isso pode ocorrer mediante contato próximo e prolongado sem proteção respiratória, contato com objetos contaminados ou contato com a pele, inclusive sexual. O sintoma mais característico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Também podem ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.
Uma vez detectada a doença, o tratamento se baseia em suporte clínico e medicação para alívio da dor e da febre. Um antiviral chamado tecovirimat, que bloqueia a disseminação do vírus, já é usado em alguns países, e o Brasil aguarda a chegada de uma remessa para tratamento dos casos mais graves. O Ministério da Saúde não divulgou previsão de chegada e nem da quantidade adquirida e apontou que, assim como as vacinas, há pouca oferta no mercado.
Com a erradicação da varíola, a vacinação foi suspensa em todo o mundo por volta de 1980. No Brasil, campanhas mais robustas ocorreram até 1975, mas até 1979 o imunizante era aplicado nos postos de saúde. Os indícios apontam que quem nasceu antes dessa data e foi vacinado está protegido contra a monkeypox. A média de idade dos contaminados está abaixo dos 38 anos.
Ainda segundo a OMS, dentre os mais de 18 mil casos registrados pelo mundo e 8 óbitos, 1.369 registros e 1 óbito são conferidos ao Brasil.